Um dragão de alta rotação
Sérgio Conceição já utilizou, em 11 jogos, 27 dos 31 jogadores; Taremi indiscutível, Galeno cresce em influência; Diogo Costa somou todos os minutos
Sérgio Conceição já utilizou 27 dos 31 jogadores que compõem o plantel desta temporada, somando Supertaça, Liga e Liga dos Campeões, e o número poderá aumentar já diante do Vilar de Perdizes na Taça de Portugal. Sobram, até ver, os dois guarda-redes suplentes Cláudio Ramos e Samuel Portugal, o jovem Bernardo Folha – que não saiu do banco no único encontro para o qual foi convocado, diante do Farense na jornada 2, tendo estado já três vezes em campo pela equipa B – e o lesionado Gabriel Veron. O jovem avançado brasileiro, contratado no verão de 2022 ao Palmeiras para colmatar a saída de Fábio Vieira para o Arsenal, lesionou-se na pré-temporada ainda no Algarve e voltou a parar quando tornou a pisar o relvado de forma competitiva, diante do Torreense, pela equipa B. Depois de ter sido importante em alguns momentos da época passada, sobretudo ao assumir um papel de ‘jóquer’, ou carta surpresa, de Sérgio Conceição para alguns jogos, esperava-se que na atual já estivesse pronto para um maior protagonismo. No entanto, os primeiros meses não têm sido fáceis e ainda não constou em qualquer convocatória do técnico.
Se, como vimos, o leque de utilizados ainda poderia ser maior e até se deve alargar nos próximos dias, há que acrescentar também a diversidade de esquemas já utilizados, desde o mais habitual 4x4x2 ao 4x2x3x1, passando pelo disruptivo 3x5x2 na visita ao Estrela da Amadora.
O número 27 encontra paralelo, curiosamente, no Estádio da Luz, com Roger Schmidt a ter latitude semelhante de escolhas no Benfica, porém está bem acima dos 24 utilizados por Artur Jorge no SC Braga e dos 21 já chamados à ação por Rúben Amorim no Sporting. Mais do que uma gestão mais alargada, dir-se-á que as ideias ainda precisam, de certo modo, de assentar no Dragão (tal como nos encarnados).
Conceição não vive sem Taremi, mas é Galeno quem se destaca
Diogo Costa, Medhi Taremi, Galeno e Stephen Eustáquio estiveram nos 11 jogos do FC Porto esta época, com o guarda-redes a contabilizar todos os minutos até aqui (990), logo seguido pelo iraniano (908). Seja como avançado mais adiantado ou apoio a um elemento mais posicional, Taremi é, mesmo na reta final do contrato, um dos indiscutíveis para o treinador, tendo apenas falhado na Reboleira a entrada no onze inicial. Contudo, não perdeu muito da partida, uma vez que foi chamado aos 15 minutos para o lugar do lesionado Evanilson e marcou o único golo (o do jogo e o seu, para já, em oito jornadas de Liga) 14 minutos depois.
A distribuição dos golos marcados e das assistências revela, no entanto, alguém ainda mais influente. Wanderson Galeno é o melhor marcador, somadas todas as competições, com três remates certeiros, mais um do que Taremi, Toni Martínez, Iván Marcano e Evanilson (Eustáquio, Wendell e Iván Jaime conseguiram os três restantes). O brasileiro, candidato a internacional português, é aquele que, entre os habituais titulares, lidera nas assistências, com duas, menos uma do que o jovem extremo Gonçalo Borges, que as conseguiu em rondas sucessivas: Farense (2.ª), Rio Ave (3.ª) e Arouca (4.ª). Taremi apresenta um passe decisivo, tal como André Franco, Pepê, Fábio Cardoso, Wendell e Pepe.
Isolando apenas a Liga portuguesa, os números são, curiosamente, muito semelhantes.
André Franco invencível
É injusto para quem joga mais e nenhum futebolista ganha um encontro sozinho, porém não deixa de ser um ranking interessante: André Franco soma por vitórias todos os jogos em que participou (seis em 11; cinco na Liga, um na Liga dos Campeões; dois como titular, diante de E. Amadora e Gil Vicente), tal como o reforço mexicano Jorge Sánchez, embora com 22 minutos em duas partidas dificilmente se poderá tirar daí grande influência ou conclusões importantes.
No plano oposto, o jovem Romário Baró é aquele que, com participação em mais encontros (6), tem pior média de pontos conquistados: 1,5. Danny Namaso (4), Francisco Conceição (4), Grujic (2), Otávio (2) e Zé Pedro (2) apresentam o mesmo registo.
Já no que diz respeito ao plano disciplinar, destacam-se os quatro cartões amarelos vistos por Wendell, mais um do que David Carmo e o reforço Nico González, além dos vermelhos a Pepe e Fábio Cardoso. Os dois primeiros foram expulsos por acumulação.