Vitória justa na final da Taça
Zé Pedro travou vários duelos com Gyokeres, que voltou a apresentar-se com a fita sobre o joelho que seria operado (IMAGO)

O MISTER DE ABOLA Vitória justa na final da Taça

NACIONAL27.05.202416:32

Augusto Inácio analisa a derrota do Sporting frente ao FC Porto, marcada por erros individuais e pelo plano bem-sucedido de Sérgio Conceição

Estratégia «espetacular» do FC Porto

As duas equipas entraram para ganhar. O Sporting colocou Geny, que vinha de lesão, pelo corredor direito, St. Juste como central do lado direito, Coates no meio, Gonçalo Inácio foi o central à esquerda e Nuno Santos fazia o corredor esquerdo. O Sporting com o seu sistema habitual, tentou que Trincão viesse para zona interiores receber a bola e criar situações de perigo, e Pote fez o mesmo do lado esquerdo. Simplesmente, o FC Porto, a nível estratégico, foi espetacular. Wendell acompanhou sempre Trincão para este não receber a bola à-vontade, e Galeno fazia praticamente o corredor esquerdo sempre que Geny atacava. Do lado direito do FC Porto, João Mário fazia o mesmo em relação a Pote e era Francisco Conceição que não deixava Nuno Santos subir à vontade.

Os golos iniciais

O Sporting ficou bloqueado, o FC Porto, só através de bolas em profundidade, é que criava algum perigo e logo nos primeiros minutos, uma não-saída de Diogo Pinto deu a oportunidade a Evanilson de quase inaugurar o marcador; o guarda-redes ainda foi a tempo de fazer a defesa, mas ficou algo preocupado. O jogo estava dividido, havia pouco espaço para jogar, mas muita dinâmica e entrega e o jogo ficou intenso e vivo. Até que St. Juste, num pontapé de canto, saltou mais alto do que Otávio e inaugurou o marcador.

O FC Porto não desistiu, o Sporting sentiu-se confortável a ganhar e, quando defendia, procurava jogar em profundidade para Gyokeres, que foi muito bem marcado por Zé Pedro. E claro que o FC Porto usufruiu de uma desatenção do Geny, não sei o que quis fazer, mas isolou Evanilson que fez o golo da igualdade. O FC Porto ficou bem no jogo, mas a sua debilidade foram as bolas paradas, e aí foi Diogo Costa que salvou a equipa.

O impacto da expulsão

Depois, acontece aquilo que os treinadores não querem que aconteça: bola em profundidade, St. Juste ficou para trás de Galeno, fez falta e viu o cartão vermelho. Claramente que o FC Porto ficou com a 2.ª parte toda a seu favor, a jogar contra 10, mas mesmo assim, o Sporting criou uma outra situação de grande perigo e foi Diogo Costa, que esteve numa tarde inspirada, que salvou o FC Porto de ficar a perder nos primeiros cinco minutos no 2.º tempo. A partir daí só deu FC Porto, encostou o Sporting às cordas, que ficou com poucas forças de atacar a baliza de Diogo Costa e só o fez através de passes em profundidade para Gyokeres, que estava sozinho entre dois ou três defesas do FC Porto e ficou assim muito difícil a tarefa do sueco. Foi muito bem marcado pelo Zé Pedro.

Um resultado justo

O Sporting não pôde contrariar o domínio do jogo do FC Porto e acabou por tentar não sofrer golos e aqui ou acolá tentar, num golpe de sorte, marcar um golo. Depois, Diogo Pinto teve a infelicidade de derrubar Evanilson e Taremi, na sua despedida do FC Porto, marcou o 2-1 e solidificou a vitória do FC Porto. Não se pode dizer se, onze contra onze, como é que seria o jogo. Os “ses” aqui não entram. Os factos são estes, o FC Porto acabou por ser melhor, o Sporting não conseguiu a dobradinha e o FC Porto ganha o único troféu da época, na despedida, talvez, de Sérgio Conceição, na despedida de Pinto da Costa e na despedida de Taremi. Foi um jogo emotivo também nesse sentido, mas que teve um vencedor justo.