Opinião de Pedro Afonso, jornalista da DAZN Portugal, sobre o Super Bowl
Mais um Super Bowl conquistado pelos Kansas City Chiefs, o terceiro em cinco anos e bem que podemos dizer que é o título que define a nova dinastia da NFL. Não só por ter sido frente aos San Francisco 49ers - claramente, uma das melhores equipas esta temporada - mas também pela forma como decorreu todo este jogo.
Está confirmada a nova dinastia da NFL: Patrick Mahomes derrota os San Francisco 49ers e conquista o terceiro Troféu Lombardi em cinco anos para a equipa de Kansas. Jogo muito equilibrado só foi decidido no prolongamento
É verdade que a noite do Super Bowl costuma ser o primeiro contacto para muitos daqueles que depois se tornam fanáticos por este desporto, mas para quem assistiu a um jogo de futebol americano pela primeira vez, acredito que não tenha ficado super deslumbrado, pelo menos, no primeiro impacto. Porém, foi uma final onde se notou o grande equilíbrio que existia entre as duas equipas e que dificultava a vida na hora de escolher um favorito antes da partida.
A noite em Las Vegas foi mesmo uma noite de casino, com as defesas a colocarem as cartas em cima da mesa e a definirem o ritmo do marcador. Mérito total dos coordenadores defensivos Steve Spagnuolo (Chiefs) e Steve Wilks (49ers). Mérito também para Kyle Shanahan, que conseguiu desenhar o primeiro touchdown da partida, marcado pelo inevitável Christian McCaffrey e que vai ficar para a história deste Super Bowl pela forma pouco convencional como acabaram por desbloquear o marcador, sempre com muita criatividade, como tão bem caracteriza o ataque da equipa dos 49ers.
Esse touchdown perto do intervalo podia ter animado a partida para a segunda parte, contudo o mote continuou a ser o domínio das defesas, e os ataques a terem muita dificuldade em marcar touchdowns, tendo sempre de se contentarem com pontapés aos postes, momento do jogo onde Harrison Butker (Chiefs) mostrou maior clarividência em detrimento de Jake Moody (49ers).
Apesar da pouca eficácia ofensiva das duas equipas, onde tivemos apenas dois touchdowns antes do fatídico prolongamento, foi no último quarto que Patrick Mahomes mostrou estar presente e com vontade de colocar mais um anel no dedo. Acabou por conseguir envolver mais vezes Travis Kelce ou Justin Watson, especialmente quando só tinha menos de dois minutos para evitar a derrota.
Conseguiu forçar o prolongamento, apenas o segundo na história dos 58 anos do Super Bowl, e aí, após os 49ers só terem feito um field goal, Mahomes geriu muito bem o tempo em que teve a bola, e no momento certo, entregou a bola a Hardman para o touchdown que confirmou o bicampeonato para os Chiefs, algo que já não acontecia na NFL desde 2004, tempos de domínio de Tom Brady.
Uma dinastia escrita com muitos protagonistas, mas em ano de terceiro troféu, destacamos três elementos que foram preponderantes nesta temporada: Steve Spagnoulo, o mestre defensivo, Andy Reid o arquiteto desta equipa e Patrick Mahomes, o inevitável quarterback e capitão nos momentos fundamentais que acabaram por levar os Chiefs a conquistar este novo título, mesmo num ano em que a equipa de Kansas demonstrou muitas fragilidades.
Sabendo que estes protagonistas vão voltar para a próxima temporada, os Chiefs já têm os olhos colocados no futuro e tal como Travis Kelce disse no final da partida, vão tentar fazer aquilo que nunca foi feito na história da NFL, um tricampeonato, algo que parece impossível, mas não aos olhos de Mahomes.